Com todas as preparações que organizar um mundial exige, a relva em África do Sul ainda é verde?
De acordo com um estudo realizado pela Embaixada da Noruega e pelo Governo sul-africano, a resposta é não. O Campeonato do Mundo de Futebol 2010 será responsável por emitir 2.753.251 toneladas de CO2 – o equivalente a um milhão de carros a circular ao longo de um ano. O pior é quando vemos este resultado ambiental comparado com o do último campeonato do mundo: oito vezes pior do que o Alemanha 2006.
O principal responsável por este 8 a 0 ambiental conseguido pela Alemanha são as viagem dos adeptos e comitivas até ao continente africano (1,8 milhões de toneladas de CO2), aliado às deslocações entre as principais cidades de África do Sul (17,6 por cento do valor total de emissões), que se fazem de autocarro e carro, sem que haja uma opção sustentável, como comboio. Para além disso, 15.390 toneladas de CO2 foram libertados durante a construção das infra-estruturas de apoio aos jogos.
Foram estes os números que fizeram soar as vuvuzelas – culpem a Galp pelo flagelo - nas consciências ambientais. O Governo sul-africano associou-se então ao Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP, na sigla inglesa) e ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, num esforço para compensar o que já se sabia que ia ser feito.
A primeira medida foi começar a plantar centenas de milhares de árvores em áreas urbanas de todo o país (em Joanesburgo foram 40 mil antes do pontapé de saída) e depois criar um Green Passport, que permitia aos viajantes compensar a sua pegada de carbono. Em seis (Pretoria, Joanesburgo, Port Elizabeth, Polokwane, Rustenburgo e Bloemfontein) das nove cidades que recebem o mundial da bola, foram também instalados painéis solares para alimentar semáforos e cartazes luminosos – que irão reduzir 244 toneladas de CO2 ao ano.
Além disso, pequenas (e curiosas) alterações foram-se espalhando pelo país africano: urinóis sem água, sistemas de rega que utilizam unicamente água não-potável, copos reutilizáveis (uma espécie de plástico castanho) e o uso limitado de embalagens de comida.
As arenas ambientais
Para haver cadeiras e relva para os adeptos verem a bola também se emitem muitos gases com efeito de estufa e por isso a África do Sul tentou que a utilização dos estádios fosse o mais sustentável possível. Os recintos onde roda a Jabulani (bola oficial do torneio) têm ventilação natural, sistemas de recuperação de água da chuva e são eficientes energeticamente.
A coordenadora do programa ambiental de Durban, Nicci Diederichs, garantiu, ao The Telegraph, que o sistema de créditos de carbono adoptado (produzir electricidade através de turbinas hidráulicas) demorará dois anos e meio a compensar o CO2 emitido naquela cidade. Na construção, o ambiente também foi tido em conta. “O nosso foco principal foi o design ecológico, que potencia a ventilação e a iluminação natural. A intenção é evitar o uso de luz eléctrica e do ar condicionado em Durban, que é extremamente quente”, referiu a coordenadora.
Apesar das árvores, urinóis e estádios sustentáveis, ainda há quem não esteja satisfeito. “Definir exactamente quantas árvores precisamos de plantar para compensar o carbono é enganador. É necessário saber de que tipo de árvores estamos a falar e quanto tempo vão ficar plantadas”, escreveu a jornalista e ambientalista Leonie Joubert na revista Virgin Money.
No final do ano será feito um estudo para analisar, de todas as invenções ambientais, o que funcionou e o que não.
via: http://www.planetazul.pt
De acordo com um estudo realizado pela Embaixada da Noruega e pelo Governo sul-africano, a resposta é não. O Campeonato do Mundo de Futebol 2010 será responsável por emitir 2.753.251 toneladas de CO2 – o equivalente a um milhão de carros a circular ao longo de um ano. O pior é quando vemos este resultado ambiental comparado com o do último campeonato do mundo: oito vezes pior do que o Alemanha 2006.
O principal responsável por este 8 a 0 ambiental conseguido pela Alemanha são as viagem dos adeptos e comitivas até ao continente africano (1,8 milhões de toneladas de CO2), aliado às deslocações entre as principais cidades de África do Sul (17,6 por cento do valor total de emissões), que se fazem de autocarro e carro, sem que haja uma opção sustentável, como comboio. Para além disso, 15.390 toneladas de CO2 foram libertados durante a construção das infra-estruturas de apoio aos jogos.
Foram estes os números que fizeram soar as vuvuzelas – culpem a Galp pelo flagelo - nas consciências ambientais. O Governo sul-africano associou-se então ao Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP, na sigla inglesa) e ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, num esforço para compensar o que já se sabia que ia ser feito.
A primeira medida foi começar a plantar centenas de milhares de árvores em áreas urbanas de todo o país (em Joanesburgo foram 40 mil antes do pontapé de saída) e depois criar um Green Passport, que permitia aos viajantes compensar a sua pegada de carbono. Em seis (Pretoria, Joanesburgo, Port Elizabeth, Polokwane, Rustenburgo e Bloemfontein) das nove cidades que recebem o mundial da bola, foram também instalados painéis solares para alimentar semáforos e cartazes luminosos – que irão reduzir 244 toneladas de CO2 ao ano.
Além disso, pequenas (e curiosas) alterações foram-se espalhando pelo país africano: urinóis sem água, sistemas de rega que utilizam unicamente água não-potável, copos reutilizáveis (uma espécie de plástico castanho) e o uso limitado de embalagens de comida.
As arenas ambientais
Para haver cadeiras e relva para os adeptos verem a bola também se emitem muitos gases com efeito de estufa e por isso a África do Sul tentou que a utilização dos estádios fosse o mais sustentável possível. Os recintos onde roda a Jabulani (bola oficial do torneio) têm ventilação natural, sistemas de recuperação de água da chuva e são eficientes energeticamente.
A coordenadora do programa ambiental de Durban, Nicci Diederichs, garantiu, ao The Telegraph, que o sistema de créditos de carbono adoptado (produzir electricidade através de turbinas hidráulicas) demorará dois anos e meio a compensar o CO2 emitido naquela cidade. Na construção, o ambiente também foi tido em conta. “O nosso foco principal foi o design ecológico, que potencia a ventilação e a iluminação natural. A intenção é evitar o uso de luz eléctrica e do ar condicionado em Durban, que é extremamente quente”, referiu a coordenadora.
Apesar das árvores, urinóis e estádios sustentáveis, ainda há quem não esteja satisfeito. “Definir exactamente quantas árvores precisamos de plantar para compensar o carbono é enganador. É necessário saber de que tipo de árvores estamos a falar e quanto tempo vão ficar plantadas”, escreveu a jornalista e ambientalista Leonie Joubert na revista Virgin Money.
No final do ano será feito um estudo para analisar, de todas as invenções ambientais, o que funcionou e o que não.
via: http://www.planetazul.pt